Murillo Medeiros ou Murillo Shooow é um dos grandes nomes da narração não só do Free Fire, mas como de todos os esportes eletrônicos. Ele começou narrando PointBlank por uma casualidade, após realizar um curso com o pro player Caio “400kg” Lazzaro. Murillo acabou se destacando não por jogar bem, mas sim por estar sempre “brincando com sua voz” e assim recebeu um convite para narrar um campeonato. O resultado foi tão positivo que acabou descobrindo o que amava fazer.
Desde então, não parou mais e passou por 18 jogos diferentes antes de chegar no frifas. Já narrou Combat Arms, Crossfire, Warface, Line of Sight, PUBG, FIFA, Paladins, CS:GO, Zula, Bloodstrike, Speed Drifters, Fortnite, Rainbow Six e vai mais jogo por aí. Essa diversidade surgiu com a vontade do narrador e acabou se tornando fundamental para seu desenvolvimento.
“Inicialmente veio da vontade de aprender novos jogos e o motivo principal em fazer isso foi estudar cada um deles. É difícil, não é fácil e muitas vezes tive que narrar cinco jogos diferentes ao longo de uma semana. Tive que aprender a me manter atualizado no meta, nas jogadas, no nome dos jogadores, no estilo de jogo e também no nome das equipes sabendo que muitas vezes tinha a mesma organização em 3 ou 4 jogos desses diferentes“, disse Murillo em entrevista exclusiva ao Tropa Free Fire.
Nessa loucura de sua vida, participou de grandes eventos como duas finais mundiais no PointBlank e mais uma, no CrossFire. E assim foi até 2019, quando chegou o convite da Garena para ser a voz do Free Fire.
Começo no Free Fire
O início de Murillo Shooow no Free Fire poderia ter sido em 2018, durante a Brasil Game Show. Entretanto, problemas técnicos cancelaram o evento e ele não pode iniciar no game mobile. A frustração de ficar de fora em 2018, se tornou em realização no ano seguinte.
A Garena o convidou para ser uma das vozes da segunda edição da Pro League em 2019. Mas, na época não assumiu o papel de narrador e sim de apresentador, dando show. Nas finais daquela edição, fui um verdadeiro absurdo no palco, agitando a torcida de uma maneira impressionante.
Foi neste momento que Murillo Shooow descobriu a força da comunidade do Free Fire. Com o Estudios Quanta lotado e gritando muito, ele sentiu o carinho que a torcida tinha por ele.
“Dos 19 jogos que passei, o carinho da comunidade do Free Fire é completamente diferenciado. É surreal, a ponto de me reconhecerem na rua de máscara! O Free Fire me levou a vários eventos, me fez parar para tirar fotos em restaurantes, em padaria, em sapataria, em shopping e o carinho da molecada, a emoção deles reconhecerem você se torna uma emoção especial para mim“, comentou
É tiro, porrada e bomba!
Uma das coisas mais populares para um narrador é seu bordão. A frase marcante cai na boca do povo e se torna marca registrada do comunicador. No caso de Murillo Shooow não foi diferente. “Tiro, porrada e bomba” se tornou fundamental para o torcedor e acompanha o narrador há anos.
“Os bordões não são uma coisa que você pensa, eles surgem e numa partida lá no começo em 2013/2014 de PointBlank logo no começo eu resolvi falar: “Vamos para o jogo, vamos para o tiro, porrada e bomba” e essa frase me eternizou em todos os jogos de FPS e Battle Royale que passei e hoje é marcante para mim também no Free Fire que é o início de cada partida“, explicou.
Os bordões não ficam apenas no tiro, porrada e bomba. “Catapimba” e “escorrega” aparecem com frequência nas transmissões e fazem parte do vocabulário da comunidade. Murillo explicou a importância das frases de efeito que usa ao longo da transmissão.
“Eu acho que o bordão para o narrador é uma marca registrada, é a assinatura dele, e você sabe que quando vai começar o jogo, quem curte a minha narração, curte o meu trabalho, bate lá na Booyah!, ou o cara liga a TV na Rede TV, no YouTube ou no Tik Tok e ele ouve “vamos para o tiro, porrada e bomba!” sabe que vai vir qualidade, trocação e que a narração vai ser emoção e alto nível“, justificou.
Inspiração do avô e assumindo o papel de veterano
Murillo Shooow tem o mesmo nome de seu avô e foi ele o responsável pelo estilo de narração que adota nas transmissões.
“Eu posso dizer que sempre gostei do jogo narrado do rádio. Meu avô Murillo, cujo nome abençoado herdei em sua homenagem, diminuía o volume da TV para assistir a partida, mas ouvia a narração do rádio porque era mais emocionante, por isso eu gosto mais do hype, do acelerado, de você tentar contar aquela história ao vivo com o máximo de engajamento e ação possível“, comentou.
Mas, agora Murillo Shoow vai quase que assumir o papel de vovô do novo time de casters da LBFF. Com toda a reformulação que a equipe passou, ele é um dos poucos veteranos. Apesar disso, ele afirma que não se considera melhor, já que os que chegaram também tem experiência em outros lugares.
“Todos os novos contratados que estão chegando vem com experiências e uma bagagem interessante, por isso não sei se sobra um papel de veterano para mim, mas se tiver e eles precisarem de ajuda, apoio ou qualquer outra coisa para a adaptação a esta nova casa, eles terão isso de mim“, disse.