Especial

Dos estudos ao Free Fire, Ale Maze e Rajah comentam trajetória e o impacto no cenário feminino

Influenciadoras falaram sobre a carreira, conquistas e desafios que tiveram

Published on

Influenciadoras do Fluxo e dois dos principais nomes dentro da organização, Alessandra “Ale Maze” Tramontini e Heloisa “Rajah” Camargo tiveram caminhos diferentes até conquistarem a grandeza de seus nomes. O Tropa Free Fire conversou com as duas influenciadoras sobre a carreira, conquistas e desafios que tiveram.

Neste Dia Internacional da Mulher, as streamers que também são dois modelos de pessoas do cenário, atualmente estão guiando a nova geração de jogadores e entusiastas para o crescimento do battle royale.

Apoio da família e amigos no início

O cenário de esports cresce a todo momento. A chegada do Free Fire alavancou o Brasil e criou diversas oportunidades para milhões de jogadores. A acessibilidade do jogo foi importante para Ale Maze e Rajah conquistarem os sonhos. Contudo, a caminhada até o topo não foi fácil.

Com caminhos distintos, Ale Maze revelou que já tinha terminado faculdade de arquitetura e começou a acompanhar o Free Fire. Com o aumento e visibilidade das transmissões das plataformas de streaming, a até então, recém-formada não tinha ideia de que aquele era o início de outra história, muito menos a família.

Ale Maze pelo Fluxo. Foto: José Eduardo/Fluxo

“A minha família não diria que não apoiou (a nova carreira), mas nem estava entendendo o que estava rolando porque eu não falei muito pra ninguém. Eu me formei em arquitetura, estava trabalhando no escritório e comecei a jogar Free Fire no celular. Nunca fui muito de games, de console ou PC Gamer. Depois que comecei a jogar, veio algumas recomendações de lives e eu falei: nossa, que legal, acho que talvez eu consiga fazer isso. Eu tinha um notebook e comecei a fazer live com ele e o celular, comecei a fazer nas gambiarra.”

Quase um ano após o anuncio da entrada no Fluxo, Ale Maze comentou como é representar uma das maiores organizações de Free Fire e também do Brasil, já que a ex-caster da NFA foi a primeira influenciadora mulher a chegar no clube.

“No começo eles não sabiam e depois, eu não diria que eles não acreditavam, mas ninguém realmente bota fé sabe? Eu tive dois amigos que realmente falaram, “vai, não precisa ter vergonha não, só faz”. Eles me ajudaram bastante. Depois que eu tive a primeira oportunidade de vir pra São Paulo, para estar na NFA, aí foi quando expliquei pros meus pais e eles falaram: vai, se é seu sonho“, comentou Ale Maze.

No caso de Rajah, a influenciadora começou a jogar o battle royale quando tinha apenas 16 anos. Com uma situação similar a de Ale, a jogadora não teve apoio da família. A atleta também comentou que, nunca havia jogado antes na vida.

“Eu não tive muito apoio do meu pai e nem da minha mãe porque eu nunca fui de jogar, nunca tinha pegado um PC pra jogar. Meu primeiro jogo foi Free Fire, então eles não apoiavam muito, eles sempre tiveram aquele pensamento de que: minha filha vai ser médica, advogada. Até que um dia eu cheguei pra minha mãe e falei o que queria fazer, ela não entendeu nada, mas eu não forcei ela a entender (a situação), porque é complexo. Hoje em dia ela apoia, mas eu tive que ser minha própria fonte de determinação. Eu nunca tive um apoio relevante, eu sempre tive pé no chão, sempre mentalizava que iria dar certo.”

Realização no Fluxo

Da a NFA até o Fluxo, Ale Maze foi a primeira influenciadora mulher a ser anunciada na organização, mas não demorou até a chegada de Rajah. A dupla que representa o Fluxo nas transmissões e vídeos, conquistou ainda mais o coração e o espaço no cenário de Free Fire.

“Pra mim é muito gratificante, estar ao lado do Cerol e Nobru, eu que vim do cenário competitivo mas como caster da NFA, tive a oportunidade de entrar pro Fluxo, pra mim foi uma realização de um sonho estar e está sendo. Eu não tenho palavras pra descrever o que eu sinto de todos os dias estar aqui e saber o meu espaço, onde eu estou e saber que nós mulheres podemos estar ao lado de tantas pessoas importantes e uma das maiores do cenário.”

Antes mesmo de ser tornar uma das grandes criadoras de conteúdo, Rajah já era uma entusiasta do Fluxo e hoje trabalha no lugar que sempre sonhou. A ex-jogadora profissional chegou no Fluxo com apenas 17 anos e logo se consagrou um dos rostos da organização.

“Pra mim é uma honra participar do Fluxo e eu por ter sido a primeira menina a chegar que, não era tão conhecida, não tinha uma bagagem, é bastante importante porque eles deram uma oportunidade muito grandiosa pra mim e confiarem em mim. Me sinto muito honrada em poder fazer parte disso, eu não tinha nenhum tipo de experiência e de repente meu sonho se realizou. É maravilhoso estar na organização e fazer o que eu gosto.”

Rajah pelo Fluxo. Foto: José Eduardo/Fluxo

A influenciadora contou como é ser tão jovem e ao mesmo tempo ter uma grande responsabilidade de representar a organização para diversos torcedores e fãs. Rajah comentou a necessidade de sempre acreditar no próprio trabalho e como foi sua maior fonte de inspiração.

“Entrei no Fluxo quando fiz 17 anos, pra mim é importante ressaltar que muitas meninas desacreditam por serem novas, pela família desacreditar. Eu acho importante citar que conciliei meus estudos com Free Fire de uma maneira muito leve. É importante focar nos estudos, mas se esse for o seu sonho, de jogar, tem que acreditar assim como eu acreditei.”

Acessibilidade para as jogadoras

Apesar de não ter um apoio direto da Garena, assim como o VALORANT tem da Riot Games, o Free Fire foi e se tornou cada vez mais um jogo inclusivo para todos os públicos de tal maneira que ficou explícito como uma classe não representa mais a comunidade do jogo. Para as duas influenciadores, a acessibilidade foi fundamental já que não tinham como ter um computador de alto custo para jogarem.

“Justamente pela acessibilidade, eu vejo que (situação) foi o que aconteceu comigo né, meu irmão tinha um Playstation, mas eu nunca tive, então sempre foi visto como coisas de menino, eu cresci assim, na minha época era bem mais enraizado essas questões. Eu fiz minha faculdade, gostava de jogos, mas não tinha esse hábito. Eu comecei a jogar por indicação de amigos e como é de celular, comecei a jogar, conhecer pessoas e a gostar mesmo do jogo“, revelou Ale Maze.

Após conhecer as lives e ver que outras pessoas viviam disso, Ale Maze comentou que sempre quis trabalhar com a internet e as transmissões se tornaram uma porta que encontrou para dar o pontapé inicial nessa nova carreira, até chegar o convite para participar da NFA.

Rajah e Ale Maze. Foto: José Eduardo/Fluxo

No caso de Rajah, a jogadora compartilhou da mesma opinião da companheira de organização. A influenciadora de 18 anos, ressaltou a importância do battle royale ter sido a porta de entrada para muitas novas jogadoras, e que assim como ela, estão expandindo e se inserindo em cenários de jogos diferentes.

“Pelo Free Fire ser mais acessível é bom porque agrada todos os tipos de público, roda em vários celulares, você não precisa de um celular muito potente, acho que por isso chama mais atenção das pessoas. Com a inserção das mulheres no meio, gera o interesse de conhecer mais coisas. Eu comecei jogando Free Fire e comecei a jogar outros jogos, não fiquei só nesse nicho. Isso foi muito bom pra conseguir inserir outras mulheres no cenário de games. Antes eu não tinha tanto interesse, mas a partir do Free Fire, veio o interesse de jogar outros jogos.”

Exemplo a serem seguidos

Com uma certa diferença de idade entre ambas, Ale Maze e Rajah se tornaram rapidamente modelos de pessoas a serem seguidos pelos fãs e torcedores. De tentar trilhar o mesmo sucesso, de sair de uma escola ou uma faculdade e se jogar em algo totalmente novo. A história das duas jogadoras reflete em outras jornadas de milhares de brasileiros.

Em novembro, Ale Maze foi indicada ao Prêmio Todateen 2021 ao lado de Bárbara “Babi” Passos da LOUD. A criadora de conteúdo comentou como foi a sensação de estar concorrendo a um prêmio, já que foi a primeira indicação da streamer.

“Isso aí foi minha primeira indicação, foi onde eu vi meu nome ao lado de tantas mulheres que eu sou fã, que eu acompanho e ver meu nome do lado delas, foi surreal. Eu falei: caraca, acho que tá dando certo, as coisas estão se concretizando. Porque quando você vê seu nome ali em um prêmio, você começa a enxergar e ver que está aparecendo em lugares, ver que meu sonho está realmente saindo da sua cabeça e está dando certo.”

No caso de Rajah, a jovem streamer já foi jogadora profissional de Free Fire e depois se tornou influenciadora por completo. Apesar do sonho de jogar um campeonato presencial com o som da torcida ao fundo não ter saído do papel, a streamer, que já teve passagem pela Los Grandes, está em capítulo enriquecedor ao lado de uma legião de fãs.

“Eu jogava competitivamente há um ano então sempre tive aquela ambição de jogar um presencial, de ver um monte de gente, com torcida, mas acabou que não deu certo, mas em compensação eu tive uma oportunidade muito mais valiosa pra mim, que me ajudou a crescer em outros aspectos da minha vida porque eu era muito tímida e ficava restrita a só jogar campeonatos. Eu não fazia live, também não tinha muita coragem então ter sido lançada como influenciadora me ajudou a encarar meus medos, sempre liguei muito para opiniões externas, mas ter jogado competitivamente meio que formou a pessoa que eu sou, se não fosse por isso eu não estaria agora.”

“Acho muito importante valorizar essas meninas que jogam competitivamente, apesar delas não terem tanta visibilidade como deveriam. Assim, eu nunca tive tanta oportunidade, os campeonatos que eu jogava eles valiam muito menos que um composto majoritariamente por homens, então a gente sempre teve que correr mais que qualquer homem. Sempre tivemos que nos esforçar muito mais por conta da desvalorização desse âmbito de trabalho e em todos os lugares da vida“, comentou Rajah.

Rajah e Ale Maze. Foto: José Eduardo/Fluxo

Para Ale Maze, sendo não apenas uma influenciadora, mas também uma formadora de opiniões, é essencial que ela faça o público lembrar de sempre acreditarem nelas mesmas. Principalmente aquelas que querem um dia estar na mesma posição e estão lutando para serem jogadoras ou streamers.

“Acho que essa geração que vem com internet, todo mundo com várias contas, pessoas que nem te conhecem e só vão na onda falando as coisas (ruins), acho que o principal de ser um modelo (de pessoa) é você lembrar de não desistir, de você ser forte, de ser segura das coisas externas e pensar sempre positivo, que independente de qualquer coisa, de comentários de qualquer pessoa, que você tem que acreditar que consegue”.

Com milhões de seguidores nas redes sociais, incluindo Instagram, BOOYAH e Twitter, Ale Maze e Rajah sabem da importância de ter um ambiente seguro para os torcedores, principalmente o público feminino. As streamers revelaram como fizeram para ter um lugar calmo e prazeroso para os fãs acompanharem a jornada de cada uma.

“O que eu consegui criar na minha stream, que é legal de ver que eles conseguem criar ali amizades, eles começam a se relacionar entre eles e criam um clã deles mesmo. Todo dia eles vão falar comigo, são as pessoas que realmente estão apoiando. Meu ambiente seguro de certa forma é a minha live, o legal é lembrar de fato quem está te apoiando. A gente está o tempo todo educando e elas (pessoas) mesmo, pelo menos as pessoas que estão todos os dias ali, tentando educar e manter um ambiente seguro para as mulheres.”

No caso de Rajah, a streamer chegou a trazer algumas jogadoras desconhecidas nas lives e disputar alguns Xtreinos no Free Fire para poder apresentar o cenário feminino para o público.

“Acho que você tem que blindar sua mente, a sua cabeça porque como eu falei, eu não tinha experiência em ser influencer, em influenciar as pessoas, mostrar o seu dia a dia pra internet, não era natural fazer isso. Eu aprendi isso no Fluxo, porque eu não vim preparada. Eu também acho bastante pertinente isso (educar) com o público, nas lives conversar ver algo errado e corrigir.

Uma das formas também que eu já fiz pra poder familiarizar esse ambiente mais feminino, já joguei alguns treinos com meninas que eu conhecia e admirava. Trouxe elas pra live, isso foi muito legal porque percebi que havia um aumento no público, foi uma experiência boa e tive uma aprovação muito boa das pessoas no sentido que elas viam como realmente era“, finalizou Rajah.

Quer saber mais sobre Free Fire? Siga a Tropa Free Fire nas redes sociais: FacebookInstagram e Twitter!

Popular Posts

Sair da versão mobile